quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Método fônico e misto

O MÉTODO FÔNICO DE ALFABETIZAÇÃO 
 Obs: O método da Abelhinha é considerado Misto.
 Cartaz com os personagens da "História da Abelhinha":


O Método da Abelhinha é considerado misto porque não é totalmente fônico.

Os métodos fônicos também são conhecidos por métodos sintéticos ou fonéticos. Partem das letras (grafemas) e dos sons (fonemas) para formar, com elas, sílabas, palavras e depois frases. No principal modelo de Método Fônico utilizado pelos professores alfabetizadores, as crianças não pronunciam os nomes das letras, mas sim os seus sons.

O linguista americano Bloomfield, propositor do módulo fônico desse método, defende que a aquisição da linguagem é um processo mecânico, ou seja, a criança será sempre estimulada a repetir os sons que absorve do ambiente. Assim, a linguagem seria a formação do hábito de imitar um modelo sonoro. Os usos e funções da linguagem, neste caso, são descartados (em princípio), por se tratarem de elementos não observáveis pelos métodos utilizados por essa teoria, dando-se importância à forma e não ao significado. No tocante à aquisição da linguagem escrita, a fônica é o intuito de fazer com que a criança internalize padrões regulares de correspondência entre som e soletração, por meio da leitura de palavras das quais ela, inconscientemente, inferir as correspondências soletração/som.
De acordo com esse pensamento, o significado não entraria na vida da criança antes que ela dominasse a relação, já descrita, entre fonema e grafema. Nesse caso, a escrita serviria para representar graficamente a fala. 
O método fônico baseia-se no aprendizado da associação entre fonemas e grafemas (sons e letras) e usa, em princípio, textos produzidos especificamente para a alfabetização. 


O método que o Brasil empregava antes dos anos 80 não era o fônico, mas o alfabético-silábico, baseado no ensino repetitivo de sílabas. 



Diferente do Método Fônico, que é baseado no ensino dinâmico do código alfabético, ou seja, das relações entre grafemas e fonemas em meio a atividades lúdicas planejadas para levar as crianças a aprenderem a codificar a fala em escrita, e, de volta, a decodificar a escrita no fluxo da fala e do pensamento. 

O fônico é inteligente, lúdico e nada mecânico. Leva as crianças a serem alfabetizadas muito bem em quatro ou seis meses, quando passam a ler textos cada vez mais complexos e variados. Ele é tão eficaz em produzir compreensão e produção de textos porque, de modo sistemático e lúdico, fortalece o raciocínio e a inteligência verbal. 
O Observatório Nacional da Leitura da França e o Painel Nacional de Leitura dos EUA afirmam sua clara superioridade, mas o MEC nunca deu à criança brasileira a chance de aprender com o fônico e colher seus frutos. 
No método fônico, a alfabetização se dá através da associação entre símbolo e som. Para que a criança se torne capaz de decifrar milhares de palavras, ela aprende a reconhecer o som de cada letra. De outra forma, ela teria que memorizar visualmente todo o léxico, algo ineficiente do ponto de vista dos defensores do método fônico. O método parte da regra para a exceção.
Quando se usa o método fônico se melhora a compreensão do texto. No método ideovisual, onde o professor dá logo o texto, o que acontece é que a criança tende a memorizar as palavras. Porém, o código alfabético não se presta à memorização fácil porque as letras são muito parecidas. Com isso, o que acontece é que a criança troca as palavras quando lê (paralexia) e troca palavras na escrita (paragrafia). Esses erros ocorrem porque o alfabeto não se presta à memorização visual. Ele tem que ser decodificado. Ele foi inventado pelos Fenícios para mapear sons da fala, por isso é eficiente. Se você sabe decodificar não precisa memorizar.
Quem opta por ser alfabetizador o faz por amor, por idealismo. Uma pessoa idealista é a primeira a se apaixonar pelo seu trabalho quando ele funciona. O método fônico produz resultados extraordinários. Em três meses uma criança está lendo o que não lia em dois anos sob o método ideovisual. As professoras que empregam o método fônico ficam maravilhadas com sua eficácia.
Para aprender é necessário decodificar. Decodificar nada mais é do que converter os grafemas em fonemas. Aprender a pronunciar a palavra em presença da escrita. Quando pensamos em palavras usamos nossa voz interna. Quando lemos em voz baixa escutamos nossa voz. Isto é o processo fônico: a invocação da fala interna em presença do texto. O método ideovisual desestimula esta fala interna. Ele tenta estimular a leitura visual direta, portanto, a memorização. Só que não é possível memorizar ideograficamente todas essas palavras. A forma correta é aprender a decodificar. Quando fazemos isso, naturalmente se consegue produzir a fala e entender o que se está lendo.
Para alfabetizar, a criança deve ser levada a participar da linguagem escrita. Para isso, é necessário um diagnóstico prévio que aponte qual é a relação do sujeito com o texto. Assim, podem-se definir estratégias e exercícios que façam o aluno ler e escrever.
Para Sílvia Colello, os PCN não devem subestimar as crianças e nem reduzir o ensino àquela relação unívoca em que o professor ensina e o aluno silencia. Rodeadas por estímulos visuais e sonoros, televisões, computadores e videogames, seria equivocado crer que elas se interessariam e se reconheceriam verbalmente com frases como “o boi bebe e baba”.
Segundo a professora, é interessante notar que os defensores do método fônico no Brasil são psicólogos, em sua maioria. “Eles não lidam com a língua enquanto sistema em implementação. Eles estão preocupados em encontrar uma metodologia que seja objetiva e controlada, para ensinar a ler e a escrever. Mas só isso não é suficiente hoje em dia”, afirma. De acordo com Colello, pode-se até ensinar a criança a ler e a escrever, mas se anulará o gosto que ela poderia vir a ter pela leitura.
O grande argumento contra os parâmetros construtivistas é o péssimo desempenho do Brasil em diversas avaliações nacionais e internacionais, como no Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) e em avaliações da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) e da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) desde que o conceito foi incorporado nos PCNs, em 1996.

Bibliografia : 
Alfabetização no Brasil - Uma metodologia ultrapassada - Fernando C. Capovilla - RedePsiConstrutivismo não é método para alfabetização - Mariana Garcia, Revista Com Ciência;Construtivismo x Método Fônico - Telma Weisz e Fernando Capovilla (Abrelivros);O método Fônico na Alfabetização de Crianças - Vicente Martins - TextoLivre;
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O “MÉTODO DA ABELHINHA" – ORIGEM E PROPOSTA DE ENSINO

O referido método é de autoria de Alzira Sampaio Brasil da Silva, Lúcia Marques Pinheiro e Risoleta Ferreira Cardoso, educadoras com ampla experiência de ensino e pesquisa que, criaram o método que foi experimentado na Escola Guatemala, na cidade do Rio de Janeiro, em 1965 (CARVALHO, 2005).
A evidência na memorização dos sons e a preocupação com a leitura são características fundamentais do “Método da Abelhinha”, que foi assim denominado em razão da História da Abelhinha que acompanha o Guia do Mestre e o Guia de Aplicação, cujo o personagem da abelhinha tem grande importância no enredo da história. Na utilização do método em estudo são usados prioritariamente recursos fônicos e visuais
O “Método da Abelhinha” apresenta três etapas seguidas de objetivos, duração,
recomendações e sugestões de atividades. De acordo com os Guias, as etapas são
as seguintes: Período Preparatório ou Integração da Criança, História ou Início da
Alfabetização e Completando a Alfabetização.


A segunda etapa do “Método da Abelhinha” denominada de História ou Início da Alfabetização é considerada o ponto central do método, pois através da apresentação da “História da Abelhinha” organizada de forma continuada e dividida em sete capítulos, os personagens são apresentados e associados a sons e letras. 

Do segundo ao quinto capítulo da História ou Início da Alfabetização as consoantes são apresentadas seguindo a seqüência do “Método da Abelhinha”, no entanto, sendo introduzidas uma de cada vez e paralelamente são realizados exercícios de fixação, interligando os sons aos personagens da história. Dentre as atividades que podem ser realizadas podemos destacar: leitura oral, cópia de sons, identificação do som inicial, união de consoantes e vogais, ditado, identificação das vogais e consoantes maiúsculas e minúsculas e a utilização dos cartazes e código de sons. 

Para diversificar o trabalho no dia-a-dia da sala de aula a professora pode utilizar o 
alfabeto mural (cartazes) ou código de sons. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


SILVA, Almira Sampaio Brasil da; PINHEIRO, Lúcia Marques; CARDOSO, RisoletaFerreira. Método misto de ensino da leitura e da escrita e história da abelhinha 

– Guia do mestre. 8. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, s/d.SILVA, Almira Sampaio Brasil da; PINHEIRO, Lúcia Marques; CARDOSO, RisoletaFerreira. Método misto de alfabetização – Guia de aplicação. São Paulo: 

Companhia Editora Nacional, s/d. 
AMÂNCIO, Lázara Nanci de Barros; CARDOSO, Canciolina Janzkovski. Fontes para 
o estudo da produção e circulação de cartilhas no Estado de Mato Grosso. In: 
FRADE, Isabel Cristina Alves da Silva; MACIEL, Francisca Izabel Pereira (orgs.). 
História da Alfabetização: produção, difusão e circulação de livros (MG/ RS/ MT 
– Séc. XIX e XX). Belo Horizonte: UFMG/FaE, 2006. 
CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e letrar: um diálogo entre a teoria e a prática. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. 

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A história deve ser contada aos poucos, por partes, apresentando sempre o personagem correspondente e treinando o som com as crianças, a partir da visualização de cada cartaz. Ao final de cada trecho deve-se deixar uma expectativa em torno da continuidade da história, fazer com que o aluno de fato vivencie cada trecho, vibre com as conquistas e espere ansiosamente pelo desfecho.

Método da Abelhinha

Método que pretendo utilizar este ano!

Capítulo 1

Introdução dos fonemas: a, e (fechado), i, o (aberto), u.
Apresentação da abelhinha, da escova mágica, do índio, dos óculos quebrados e do
ursinho.

Era uma vez uma abelhinha que nasceu com asas de um lado só.
Não podia voar, nem um pouquinho. Tinha mesmo de andar. E ela ficava
tão cansada que suspirava assim: a...
O professor emitirá o som (som aberto) e perguntará:
- Quem sabe fazer o som da abelhinha?

A abelhinha tinha tanta vontade de voar...
Se ela pudesse voar, quantas coisas maravilhosas havia de fazer!
A abelhinha contava tudo que pensava a uma escova, amiga dela. A escova
era mágica, mas a abelhinha não sabia.
Um dia, a escova encantada disse à abelhinha:
- Você ainda há de ter asas deste lado também. Espere com paciência,
minha amiga!
A abelhinha nem queria acreditar em tanta felicidade. Então a escova
mágica explicou:
- Eu sou uma escova mágica. Posso fazer muita coisa boa. Eu vou ajudar
você.
Desde esse dia, a abelhinha pensava muito na promessa da amiga. Quando
a escova via abelhinha pensando, dizia com uma voz muito rouca e misteriosa: ê...

O professor emitirá o som (som fechado) e dirá:
- Vamos imitar a escova?

Ou então dizia estes versinhos:
- Querida amiga abelhinha,
Vou fazer você voar.
Eu ajudo de verdade
Mas você tem de esperar.
Nessa hora, a abelhinha dava uma risada gostosa. Depois, conversava,
conversava. Por fim, pedia licença para dormir um soninho, bem escondida nos
pelos da escova mágica.
Todas as manhãs, a abelhinha costumava brincar perto de um mato muito
alto.
Uma vez, ela viu as folhas do mato se mexerem. E no mesmo instante
escutou um barulhinho assim: i ...

O professor emitirá o som i, agindo como nas vezes anteriores

A abelhinha olhou para um lado, olhou para outro e não viu nada. Nada,
nada, nada... Começou a sentir um pouquinho de medo. Pensou em voltar correndo
para junto da escova mágica. Nisto saiu do mato um pequeno índio, todo enfeitado
de penas.
A abelhinha, muito espantada, perguntou:
- Foi você que fez aquele barulhinho, foi?
- Eu mesmo! Por quê?
A abelhinha disse logo:
- Porque eu estava com medo. Mas agora já passou. Sabe de uma coisa?
Estou gostando muito de você. Quer ser meu amigo, indiozinho?
- Feito, falou o pequeno índio.
Na mesma hora, os dois combinaram um a porção de brincadeiras boas.
Uma tarde, a abelhinha e o índio brincavam no quintal de uma casa grande.
A abelhinha viu no chão uma coisa muito esquisita.
Olhou... Olhou... Tornou a olhar... Nunca tinha visto aquilo. Parecia um
bicho mas não era. Que é que podia ser?
A abelhinha resolveu perguntar:
- Como é o seu nome?
Mas a tal coisa esquisita só fez um barulhinho assim: ó...

O professor emitirá o som (som aberto), agindo como nas vezes anteriores.

Foi aí que a abelhinha viu que a tal coisa esquisita eram uns óculos
quebrados.
Cheia de pena, ela indagou:
- Que foi que aconteceu com você, amigo óculos? Você escorregou?
Tropeçou numa pedra? Caiu de algum lugar?
Os óculos não disseram uma palavra.
Então a abelhinha achou que os óculos estavam precisando de ajuda. Para
consolar o amigo, falou com muito carinho:
- Eu vou ajudar você, ouviu? Vou pedir à minha amiga, a escova mágica,
que concerte você. Quer ir comigo a casa dela? Amigo índio, quer vir conosco?
O indiozinho logo aceitou o convite. Apanhou os óculos e acompanhou a
abelhinha. Andaram... andaram... andaram...
De repente, que é que eles viram junto de uma árvore? Um ursinho! O
ursinho era muito levado. Quis logo fazer uma travessura. Escondeu-se atrás da
árvore e para assustar os amigos ele fez assim: u...

O professor emitirá o som u, agindo como nas vezes anteriores.

A abelhinha nem nada. Continuou calma. Há muito tempo ela já conhecia as
brincadeiras do ursinho.
O pequeno índio deu uma corrida para agarrar o ursinho. Foi quando a
abelhinha reclamou muito aborrecida:
- Ursinho! Amigo índio! Parem com essa brincadeira. Não podemos perder
tempo. Os óculos quebrados estão precisando de ajuda. Temos de achar depressa
a escova mágica. Você quer vir conosco, ursinho?
- Quero sim, abelhinha! Eu também gosto de ajudar, respondeu o ursinho.
A abelhinha, os óculos quebrados, o pequeno índio e o ursinho foram
procurar a escova mágica.


Capítulo 2


Introdução dos sons: v-d-l-m.
Apresentação do vaga-lume, da dália, do lobo e da minhoca.


A abelhinha, os óculos, o pequeno índio e o ursinho acabaram encontrando
a escova mágica.
- Boa tarde! Cumprimentou a abelhinha.
Em seguida, ela apresentou os óculos:
- Este aqui é meu novo amigo. Ele também precisa de sua ajuda. Você quer
consertar meu amiguinho? Ele está todo quebrado.
Então a escova mágica olhou para os óculos e disse (ou cantou) assim:
- Eu prometo que você
Como novo vai ficar.
Eu ajudo de verdade
Mas você tem de esperar.

O professor poderá recitar ou cantar a quadrinha, levando as
crianças a repeti-la.

Já estava ficando noite.
- bem, falou a abelhinha. Acho que hoje vou dormir aqui mesmo. Posso?
E, sem esperar resposta, deitou-se no meio dos pelos da escova encantada.
E logo tirou um soninho.
De repente a abelhinha acordou e começou a gritar:
- Socorro! Socorro! Socorro! Por favor, me acudam!
- Que é que aconteceu com você? Perguntou o ursinho.
A abelhinha respondeu com voz de choro:
- A escova mágica está pegando fogo!
A escova, dando uma risada, explicou:
- Não é fogo não, abelhinha! É um bichinho! Ele ficou preso nos meus pelos.
- E a brasa que eu vi? Então não é fogo? Perguntou a abelhinha com os
olhos arregalados.
- Brasa? Que brasa?! Você se enganou, abelhinha. O que você viu foi um
bichinho que tem uma luz... Parece até uma lanterninha!
Ele também está com medo.
A escova encantada sacudiu os pelos. O bichinho saiu voando.
- Como é seu nome? Quis saber a abelhinha.
O bichinho muito afobado, só conseguiu fazer um barulhinho assim: v...

O professor emitirá o som do v, agindo como nas vezes anteriores.

A escova mágica explicou:
- Este bichinho é um vaga-lume, minha gente! Ele não pode falar direito,
porque levou um susto muito grande. Agora ele precisa descansar um pouco. Tudo
vai acabar bem, vocês vão ver.
Nesse instante o vaga-lume voou para o lado da abelhinha e ascendeu a luz
pisca-pisca. A abelhinha se assustou tanto que quase desmaiou. Tratou de procurar
um lugar para se esconder. E... Que foi que a abelhinha viu? Uma dália caída no
chão. A abelhinha, mais que depressa, se meteu embaixo da flor. E desapareceu...
O pequeno índio, muito desconfiado com o sumiço da abelhinha, chamou
bem alto:
- Abelhinha! Abelhinha!
Ninguém respondeu.
Aí o ursinho perguntou:
- Onde é que você está, abelhinha? Por favor, diga pra mim.
Nessa hora a abelhinha compreendeu que seus amigos já estavam aflitos.
Resolveu, por isso, aparecer. Mas a abelhinha se remexeu com tanta força que a
dália fez um barulhinho assim: d...

O professor emitirá o som d, agindo como nas vezes anteriores.

O ursinho, cheio de curiosidade, indagou:
- Foi você que falou, abelhinha?
E a escova mágica, mais uma vez, explicou:
- O som que vocês escutaram, meus amigos, veio dessa flor aí. Qualquer
coisa que sacuda as pétalas dessa dália, pronto: a gente ouve logo esse barulhinho.
Nesse momento, a abelhinha apareceu, ainda bastante assustada. Não
conseguia dizer uma palavra.
Então, para sossegar os amigos, a escova mágica disse uma palavra
mágica: QUADIDUVIVU.
No mesmo instante o susto da abelhinha passou. O barulhinho da dália
parou. E o vaga-lume falou assim:
- Eu estava voando lá no meio da mata. Nisto me assustei com os olhos de
um lobo. Pareciam duas velas acesas, andando de um lado para outro, na
escuridão da noite. Logo depois, escutei um uivo diferente.
Quase morri de medo!
A abelhinha não se conteve e perguntou:
- E como era esse uivo, hein?
- Não sou capaz de repetir, respondeu o vaga-lume. Já experimentei muitas
vezes, mas não consegui.
A escova explicou tudo:
- O lobo caiu numa armadilha. O laço apertou demais o pescoço dele. Por
isso o uivo saiu diferente. Vocês querem saber como foi o uivo?
A escova repetiu, três vezes, a palavra mágica: QUADIDUVIVU.
Todos escutaram o uivo abafado de um lobo. Era um uivo assim: l...

O professor encostará a língua no céu da boca e colocará a mão no
pescoço para emitir o som do fazendo-o como se estivesse preso num
laço. Em seguida, agirá como nas vezes anteriores.

- Igualzinho! Gritou o vaga-lume
A abelhinha queria logo saber:
- E depois, que aconteceu?
- Tratei de fugir depressa e acabei perdido no meio da mata.
E depois? Perguntou o pequeno índio.
- Depois? Continuei voando. Voei, voei... Fiquei tão cansado que caí no
chão. E que é que havia de aparecer na minha frente? Uma minhoca! Uma minhoca
comprida, muito vagarosa, cheia de requebros, cheia de dengos... Uma simpatia de
minhoca! Ela chegou até junto do meu ouvido e começou a fazer um barulhinho
engraçado. Eu acho que ela ia me contar algum segredo! Mas não entendi nada. Ah!
Se eu pudesse descobrir o que a minhoca queria me dizer...
Naquela hora a abelhinha, o pequeno índio e o ursinho olharam para a
escova encantada. Ela adivinhou o pensamento de seus amigos e disse de novo,
três vezes: QUADIDUVIVU.
Mal acabou de falar a palavra mágica, saiu do chão uma fumacinha muito
branca que foi subindo, subindo. Por fim, desapareceu no ar.
E naquele mesmo lugar todos viram, de repente, a minhoca aparecer. A
minhoca, se requebrando toda, começou logo a fazer um som engraçado, assim:
m...

O professor emitirá o som do m, agindo como nas vezes anteriores.

Então a escova mágica explicou:
- O que a minhoca queria vaga-lume, era ensinar a você onde ficava a casa
da vovó.
- Que pena! Exclamou ele, suspirando. Eu já podia ter chegado lá. Mas de
que jeito? Não fui capaz de entender o tal barulhinho...

A escova mágica achou que era hora de ajudar o vaga-lume e ensinou a ele
o caminho da casa de Dona Júlia.
O vaga-lume se despediu dos amigos:
- Bem... Vocês me dão licença que eu já vou. Preciso chegar ainda hoje à
casa da vovó.
E lá se foi ele, dizendo assim:
- Obrigado, meus amigos! Muito obrigado! Adeus! Adeus!


Capítulo 3


Introdução dos sons: p-g-r-t.
Apresentação da pipa , do gato, do rato e da torre.


Um dia, a abelhinha viu lá no céu uma pipa balançando pra lá, pra cá, pra
lá, pra cá. Quando o vento batia na pipa com força, ela fazia um barulhinho assim:
p...

O professor emitirá o som p, levando as crianças a repeti-lo.

A abelhinha estava tão distraída ouvindo o barulhinho que não viu o gato
Golias chegar.
- Abelhinha, que é que você está fazendo? – perguntou o gato muito
curioso.
- Ah! Eu estou sonhando, amigo Golias... Sabe o quê? Com as asas que
vou ganhar deste lado. Quando isto acontecer, eu poderei voar... voar... voar...! A
escova mágica me prometeu ajuda, mas disse que eu tenho de esperar.
O gato, para alegrar a abelhinha, perguntou:
- Você quer dar um passeio lá onde está a pipa?
- Quero sim! Respondeu ela bem depressa.
Então o gato puxou a pipa. A abelhinha segurou-se nela e a pipa subiu
outra vez.
Golias prendeu a linha da pipa numa pedra e foi tirar uma soneca. Logo
depois, o gato roncava fazendo um barulhinho assim: g...

O professor emitirá o som do g, agindo como nas vezes anteriores.

Perto dali, no buraco de um muro velho, vivia escondido Raque-Raque.
Raque-raque era um rato levado como quê.
Ele tinha escutado a conversa do gato e da abelhinha e achou que podia
divertir-se à custa do bichano.
Brincar com a abelhinha, não: ela estava lá no alto, passeando na pipa...
Mas o gato Golias estava dormindo ali, bem perto dele. Bastava uma corridinha e
pronto!
Sem fazer barulho para não acordar o bichano, Raque-Raque saiu do
buraco. Deu um puxão na cauda do Golias e quis voltar depressa para a casa.
Mas não conseguiu. Ficou tão atrapalhado que começou a fazer um barulhinho
assim: r...

O professor emitirá o som do r, agindo como nas vezes anteriores.

Com isso o gato abriu os olhos. Espiou em volta: não viu ninguém. Ele ainda
estava com muito sono e acabou dormindo outra vez.
Raque-Raque aproveitou a ocasião para nova brincadeira: deu um peteleco
nas orelhas do bichano e fez cócegas no focinho dele.
Depois procurou um lugar para se esconder. Não queria medir forças com o
gato Golias, não! O ratinho não era tolo.
Escondeu-se atrás de uma pedra e lá ficou muito quietinho. Mas agora
Golias saiu miando com raiva, querendo descobrir que é que tinha mexido com ele.
E assim a pipa ficou abandonada, balançando de um lado para outro.
A força do vento foi aumentando, aumentando e a linha da pipa arrebentou.
A pipa, levada pela ventania, acabou ficando presa alto de uma torre.
O vento soprava cada vez mais forte! E como batia na torre! ... E como batia
na pipa! ... E como sacudia a abelhinha! ...
De vez em quando, por causa da força do vento, a torre parecia que
estalava, fazendo um barulhinho assim: t ...

O professor emitirá o som do t, agindo como nas vezes anteriores.

Raque-Raque escutou o barulho. Olhou para cima e viu a pipa presa na
torre.
O ratinho começou a pensar: “Coitada da abelhinha! Ela deve estar com
medo, lá em cima. Como é que vai descer de lá? Tenho de ir agora mesmo ajudar a
minha amiga”.
Raque-Raque saiu correndo. Entrou pelo buraco de um portão que só ele
conhecia. Pulou um muro. Roeu uma porta. Subiu uma escada muito comprida.
Atravessou um corredor escuro. Correu, correu. Só parou no alto da torre.
Aí, Raque-Raque puxou a pipa, bem ligeiro. Mas quando viu a abelhinha
teve uma surpresa. Ela não estava com medo, nem um tiquinho, e até ria muito
satisfeita. Nem queria sair de lá. Foi quando o ratinho disse à abelhinha que a
escova mágica e os outros companheiros iam ficar com saudades dela.
Então a abelhinha deu um pulo nas costas de Raque-Raque e voltou para
junto dos amigos. Mal chegou, ela foi logo contando as coisas maravilhosas que
tinha visto.
Todos estavam gostando muito de ouvir o que a abelhinha dizia.
De repente ela ficou séria e perguntou à escova:
- Falta muito tempo pra nascerem as minhas asas novas?

O professor poderá recitar ou cantar a quadrinha, levando as crianças a repeti-la.


Capítulo 4

Introdução dos sons: b-s-j-n.
Apresentação do bule, do sapo, do jacaré e do neném.


Num dia de sol bem quente, a abelhinha estava com muita sede.
Então a abelhinha entrou numa casa. Viu em cima do fogo um bule e
pensou: “Talvez eu ache água para beber, neste bule”.
A abelhinha chegou mais perto. Parecia que o bule estava resmungando.
Ela ouviu um barulhinho assim: b...

O professor emitirá o som do b, agindo como nas vezes anteriores

A abelhinha começou na pensar: “Ué! Que coisa engraçada! Um bule
resmungando... não pode ser. Bobagem! Com certeza eu que não ouvi direito. Vou
prestar mais atenção.”
A abelhinha olhou de novo para o bule. Aí, ela compreendeu tudo: a água
estava fervendo e a tampa do bule é que fazia barulho.
“Água fervendo... eu não vou beber não!” pensou a abelhinha, “Vou mata a
minha sede em outro lugar.”

O professor, para levar as crianças a usarem da imaginação, fará os alunos
participarem da historia, incentivando-os a sugerir onde a abelhinha poderia ter
ido beber água. (por exemplo: na pia, na bica, no copo, na xícara, numa poça
d’agua etc.) Valorizará as contribuições infantis depois, continuará a leitura.

A abelhinha bebeu água na pia.
Depois ela foi até a janela.
Olhou para fora e viu perto da lagoa um sapo de olhos esbugalhados. O
sapo espiava um papel que estava no chão. Depois fechava os olhos, punha a
língua de fora, balançava a cabeça devagarinho e fazia assim: s...

O professor emitirá o som do s, agindo como nas vezes anteriores.

A abelhinha não conseguia entender o ar misterioso do sapo, nem porque
ele fazia tantas caretas.
E não foi só a abelhinha que não entendeu.
Um jacaré, que morava na lagoa, achou também o sapo bem esquisito. E
perguntou:
- Porque é que você olha tanto para esse papel, amigo sapo?
Por que fecha os olhos a toda hora? Por que sacode a cabeça? Por que é
que está fazendo esse barulhinho?
O sapo fingiu que não tinha ouvido nada. Há muito tempo ele queria dar
uma lição no jacaré, que era muito mentiroso. Por isso continuou fazendo caretas,
cheio de mistério.
Morrendo de curiosidade, o jacaré se aproximou do sapo.
Foi aí que o sapo, ligeiro como um raio, virou para baixo a folha de papel e
perguntou:
- Você já viu esta figura?
Na mesma hora o jacaré balançou a cabeça dizendo que sim.
- Você viu mesmo, amigo jacaré?
Um pouco envergonhado por ter pregado uma mentira, o jacaré fez apenas
uma barulhinho assim: j...

O professor emitirá o som do j, agindo como nas vezes anteriores.

O sapo fingiu que não estava reparando na atrapalhação do jacaré. E fazia
uma pergunta atrás da outra:
- Você já viu como ele é gordinho? Viu como é comprido? Viu que ele não
tem dentes?
O jacaré, cada vez mais afobado, só conseguia repetir o barulhinho: j...
Por fim, o sapo perguntou:
- Você já falou com ele?
- J... foi só o que o jacaré disse.
- Ah! Agora tenho certeza: você está mentindo! Gritou o sapo com pose de
vencedor. Você não falou com ele, jacaré! Pois se ele não sabe falar...
E rindo muito, mostrou a figura ao mentiroso.
Aí, o jacaré ficou sem jeito mesmo. Deu uma corrida e ... tchibum!
Mergulhou, bem depressa, na lagoa.
O sapo foi embora muito contente e deixou o papel no chão.
A abelhinha resolveu ver de perto a figura que estava no papel. Ela queria
saber que é que era gordinho, comprido, sem dentes e não sabia falar.

O professor, visando à maior interesse pelo desenvolvimento da história,
poderá pedir aos alunos que ajudem a descobrir de quem o sapo e o jacaré
estavam falando. Valorizará as contribuições dos alunos e os levará a refletir.
Depois, continuará a leitura.

A figura nada mais era do que o retrato do neném, o neto de dona Júlia.
A abelhinha achou que devia levar o retrato para casa da vovó. Mas como
retrato era grande e pesado! Sozinha, ela na ia agüentar. Pensou em pedir ajuda ao
vaga-lume.
No mesmo instante o vaga-lume apareceu e foi logo fazer o que a abelhinha
queria. Chamou alguns companheiros para levarem, juntos, o retrato do neném à
casa da vovó.
Na hora da partida, a abelhinha reclamou:
- E eu? Vocês se esqueceram de mim? Ou não sabem que eu também
quero ir?
Os vaga-lumes responderam logo:
- Você também vai, abelhinha! Dê um pulo pra cima do retrato. Temos de ir
embora, porque já está anoitecendo.
Os vaga-lumes voaram pelo céu afora. Voaram... Voaram...
De vez em quando ascendiam às lanterninhas para iluminar a escuridão da
noite.
Por fim, chegaram à casa da vovó. Ele brincava sozinho, na cama. Viu os
vaga-lumes e gostou da luz que eles traziam. Mas como não sabia falar, o neném
começou a fazer assim: n...

O professor emitirá o som do n, agindo como nas vezes anteriores.

Os vaga-lumes não compreenderam o que o neném queria dizer. Por isso
foram procurar a vovó, na sala de jantar.



Capítulo 5

Introdução dos sons: f-c-z-x.
Apresentação da faca, do caracol, da zebra e do xaveco.


A vovó estava preparando torradas. Ela cortava as fatias do pão com muita
dificuldade, porque a faca estava cega. Todas as vezes que a faca roçava na casca
do pão fazia assim: f...

O professor emitirá o som do f, agindo como nas vezes anteriores.

Quando as torradas ficaram prontas, dona Júlia quis descansar um pouco.
Sentou-se na cadeira de balanço e acabou dormindo.
Foi aí que os vaga-lumes entraram, voando, na sala. Sem fazer barulho,
puseram, no colo da vovó, o retrato do neném e a abelhinha. Depois os vaga-lumes
foram embora.
A abelhinha se escondeu numa dobra da saia de xadrez de dona Júlia.
De repente a abelhinha viu um caracol encostado no pé da cadeira e
começou a pedir baixinho:
- Caracol, bota o “chifre” de fora.
- Caracol, bota o “chifre” de fora.
O caracol, nem nada!
“Será que o meu amigo está zangado?” pensou a abelhinha. “Ou quem
sabe ele não me ouviu direito? Talvez esteja dormindo...”
Nisto o caracol, lá dentro de sua casa, fez assim: c...

O professor emitirá o som do c, agindo como nas vezes anteriores.

A abelhinha ouviu o som que o caracol fazia e ficou um pouco espantada.
Agora é que ela não estava entendendo nada.
Nesse momento o caracol pôs a cabeça de fora.
A abelhinha, muito curiosa, perguntou:
- Foi você que fez o barulhinho que eu ouvi ainda há pouco, amigo caracol?
- Fui eu, sim, respondeu ele muito alegre. Às vezes eu gosto de falar
sozinho.... É que tenho este costume, sabe? Mas... Por que é que você me chamou
abelhinha?
- Eu? Ah! Veja só, caracol, não é que com a nossa conversa quase me
esqueço do que queria dizer?
- Pois então diga logo, minha amiga. Não faça cerimônia...
- Você costuma brincar com o neném? Perguntou a abelhinha.
O caracol respondeu:
- Brinco com ele sim, minha amiga. Mas no outro dia, fiquei muito zangado
com neném. Imagine que ele jogou os óculos da vovó pela janela. Os óculos caíram
no chão, lá no quintal.
- E a vovó? Quis logo saber a abelhinha.
- A vovó, respondeu o caracol, pediu à lavanderia que apanhasse os óculos.
A lavanderia procurou por todos os cantos do quintal e não achou nada. Os óculos
tinham desaparecido. Um verdadeiro mistério.
A abelhinha interrompeu o caracol para dizer:
- Óculos quebrados da vovó, no quintal... Depois sumiram? Mistério... É isso
mesmo! São os óculos que eu encontrei outro dia...
A abelhinha ficou com muita pena da vovó.
Ela chamou, então, três vezes a escova mágica. Na mesma hora a escova
apareceu.
- Que é que você quer de mim, abelhinha? Perguntou a escova.
_ Ah! Minha grande amiga! Suspirou a abelhinha. Você prometeu ajudar os
óculos quebrados, não foi? E disse que eles tinham de esperar um pouco. Acontece
que esses óculos agora mesmo, eu ficaria tão contente...
- Você é de fato uma boa abelhinha, falou muito satisfeita a escova
encantada. Por isso vou fazer o que você me pediu.
A escova disse, três vezes, a palavra mágica: QUADIDUVIVU. E logo
apareceram os óculos de Dona Julia, já concertados.
- Obrigada, obrigada! Agradeceu muito feliz a abelhinha.
A escova mágica tratou de ajeitar os óculos no nariz da vovó e foi embora,
porque ainda tinha o que fazer.
A abelhinha e o caracol ficaram calados.
De repente a abelhinha perguntou:
- Que é aquilo ali, caracol?
- Aquilo? Ah! Ah! Aquilo... Você não está vendo, abelhinha? É um brinquedo
do neném: a zebra ziguezague.
- Ziguezague?! Que nome engraçado! Disse a abelhinha.
- É que essa zebra é de corda e só anda fazendo ziguezague, explicou o
caracol. Vou mostrar a você como é, abelhinha.
O caracol deu um empurrão, de leve, na zebra. Ela ainda tinha um pouco de
corda e começou a andar em ziguezague, fazendo um barulhinho assim: z...

O professor emitirá o som do z, agindo como nas vezes anteriores.

A zebra Ziguezague andou, andou... Até a corda acabar.
Nessa ocasião a abelhinha, que estava olhando para outro brinquedo,
perguntou ao caracol:
- E aquele lá, quem é?
- Aquele?! Aquele é Xaveco, o boneco de molas mais travesso do mundo!
Lá no canto do quarto, Xaveco começou a pular, fazendo um som assim: x...

O professor emitirá o som do x, agindo como nas vezes anteriores.

Nisto o caracol avisou a abelhinha:
- O neném está choramingando. A vovó acaba de acordar.
- Caracol, veja só como a vovó ajeita os óculos no nariz, falou baixinho a
abelhinha. Ih! Agora ela começou a rir para o retrato do neném. Repare bem! Ela se
levantou caracol! Pra onde será que ela vai?
- Dona Julia está indo para o quarto do netinho, respondeu o caracol.
- Uf! Que susto que eu levei! Reclamou a abelhinha. O melhor é a gente ir
para o outro lado da sala. Nada de ficar na passagem, amigo caracol. É muito
perigoso!
Nessa hora, o neném choramingou de novo. Vovó pôs Xaveco perto dele,
na caminha azul e começou a dizer:
- Fique bem quietinho,
Xaveco endiabrado,
deixe o meu netinho
Dormir sossegado.

O professor poderá cantar com uma música de ninar, ou então recitar
esta quadrinha, levando as crianças a repeti-la.


Capítulo 6

Introdução dos sons: nh-ch-lh 
Apresentação da harpa.


I. (nh)
A abelhinha e o caracol entraram no quarto do neném.
Ele estava dormindo na sua caminha azul.
A abelhinha foi logo perguntando o caracol:
- Como é o nome daquilo que está ali?
- É uma harpa de brinquedo, respondeu o caracol.
- Para que serve uma harpa? Tornou a perguntar a abelhinha.
- A harpa serve para tocar música, abelhinha! Ela é da família do violão.
Basta à gente puxar uma corda e pronto: ouve logo um som bonito.
- Como você é sabido, caracol! Eu nunca tinha visto uma harpa. Depois,
muito entusiasmada, a abelhinha gritou:
- Eu quero ouvir a harpa tocar! Eu quero ouvir agora mesmo!
A abelhinha fez uma algazarra tão grande que acordou o neném. A cama
dele era muito baixinha: ficava bem perto do chão. O neto de Dona Julia desceu da
cama devagarinho e começou a engatinhar, muito contente. Ele engatinhou até ficar
ao lado da harpa de brinquedo, assim:

O professor, em silêncio, escreverá no quadro o dígrafo nh.

Então, o neném puxou as cordas da harpa e os dois juntos, o neném e a
harpa, fizeram assim: nh...

O professor, aprontando o dígrafo escrito no quadro, pronunciará o som
correspondente, uma ou mais vezes.
Depois, levará as crianças a repetirem este som.

A abelhinha gostou tanto do som nh que começou a bater palmas.

O professor pedirá às crianças que repitam o som que o neném e a harpa
fizeram juntos.
Em seguida, mostrará os cartões do neném e da harpa (do alfabetário mural),
colocando-os um ao lado do outro e pedirá aos alunos que também batam
palmas para o neném e a harpa.

O neném ouviu as palmas da abelhinha. Largou a harpa e começou também
a bater palminhas.
Nesse instante todos escutaram o barulho dos chinelos da vovó. A
abelhinha e o caracol procuraram logo uma porta para sair. Eles tinham tanto medo
de levar uma pisadela...
Dona Julia entrou no quarto e viu o neném engatinhando. Com muito
carinho, a vovó pôs o neto no colo e foi passear com ele no jardim.
A harpa ficou esperando que o outro amigo aparecesse para brincar com
ela.
II. (ch)
Um, dia, o caracol foi visitar o neném. Ele não estava no quarto. O caracol
viu a harpa de brinquedo e quis tocar uma música. O caracol ficou bem perto da
harpa, assim:

O professor, em silêncio, escreverá no quadro o dígrafo ch.

Então o caracol puxou as cordas da harpa e os dois juntos, o caracol e a
harpa, fizeram um som igual ao som do Xaveco, assim:

O professor, apontando o dígrafo escrito no quadro, emitirá o som
correspondente, levando as crianças a repeti-lo, uma ou mais vezes.

Nesse momento Xaveco apareceu na porta e reclamou:
- Não! Isto não! Este som é meu! Eu sou o dono dele. Não vou deixar
ninguém tomar o que é meu. Era só o que faltava... Não sei por que o caracol e a
harpa querem imitar o som que eu gosto de fazer. Por que será?
O caracol continuou puxando as cordas da harpa sem dar importância ao
boneco de mola. Parecia até que nem era com ele que Xaveco estava falando.
Então o boneco, muito zangado, disse ao caracol e à harpa:
- Acho melhor vocês pararem com já com este som. Eu não estou gostando
disso nem um pouquinho.
Nesse instante a abelhinha entrou no quarto do neném. Ela queria ver a
harpa mais uma vez. Ouviu as reclamações do boneco e falou com voz muito meiga:
- Calma Xaveco! Você não tem razão para fazer tanto barulho... Não é nada
do está pensando. Você quer me ouvir? Você vai compreender tudo, agora mesmo.
A delicadeza da abelhinha conseguiu logo acalmar o boneco de mola. Com
muito jeito, ela começou a explicar:
- Sabe de uma coisa, Xaveco? Quando o caracol e a harpa tocam juntos, os
dois fazem um som igual ao que você faz. É só isso! O caracol e a harpa não
querem tirar nada de ninguém. Pode ficar sossegado, meu amigo!
Nessa hora, o caracol puxou mais uma vez as cordas da harpa.
E qual foi o som que o caracol e a harpa fizeram juntos?

O professor apontando de novo o dígrafo escrito no quadro levará as
crianças a repetir o som correspondente.

O boneco de mola, nessa altura, já não estava mais aborrecido. Por isso,
ele pulou de alegria, bateu palmas e virou cambalhotas.
De repente... zás... Xaveco deu um pulo e saiu pela janela do quarto.
O caracol quis ver o que o boneco de molas estava fazendo lá fora. Largou
a harpa e saiu do quarto se arrastando.

O professor pedirá a opinião das crianças sobre o que Xaveco estaria
fazendo. Valorizará cada idéia apresentada dizendo que poderia mesmo ter sido
aquilo. Depois escolherá uma das idéias para terminar a historia, justificando
que Xaveco estava realmente fazendo isso.
Em seguida, continuará a leitura.

A harpa ficou, outra vez, esperando que um amigo aparecesse para brincar
com ela
III. (lh)
Uma vez, a escova encantada foi ao quarto do neném. A harpa estava
sozinha. A escova teve pena dela e pensou: “Eu preciso ajudar a minha amiga: Ah!
Já sei o que vou fazer...”
A escova repetiu, três vezes, a palavra mágica: QUADIDUVIVU.
No mesmo instante, apareceu ao lado da harpa uma caixa de papelão deste
tamanho, embrulhada num papel dourado.
A escova abriu a caixa e falou:
- Aqui está um presente. Amiga harpa! Eu acho que você vai gostar muito.
A escova mágica disse isto e foi embora. Então o presente começou a se
mexer: primeiro devagarinho, depois depressa... De repente, deu um pulo e zás...
saiu da caixa.
Que é que vocês pensam que a escova mágica deu de presente à harpa?

O professor, valendo-se da imaginação das crianças, levará aos alunos e
participarem da historia, incentivando-os a responder à pergunta, como na
vez anterior. Valorizará as idéias apresentadas dizendo que poderia mesmo
ter sido aquilo.
Em seguida continuará a história.

O presente era um lobo de brinquedo: um lobo de pelo bonito, olhos
brilhantes e língua vermelha.
O lobo ficou logo juntinho da harpa, assim:

O professor, silêncio, escreverá no quadro o dígrafo lh.

O lobo puxou as cordas da harpa e os dois juntos, o lobo e a harpa, fizeram
assim: lh...

O professor, apontando o dígrafo escrito no quadro, agirá como nas
vezes anteriores.

O lobo tocou harpa durante muito tempo.
De repente ele disse à harpa:
- Agora, vou descansar um pouco, minha amiga. Mais tarde eu brinco de
novo, esta bem?
O lobo entrou na caixa de papelão. E a harpa ficou quietinha esperando que
o lobo voltasse.


Capítulo 7

Apresentação da abelhinha com as novas asas.
Introdução dos sons: Ah! Oh!


Um dia, a abelhinha estava no jardim da casa de Dona Julia.
De repente ela ouviu um barulho. Parecia que o barulho vinha da janela do
quarto do neném. A abelhinha olhou para lá e ficou assustada. Quis falar e não
pôde. Quis correr e não saiu do lugar. Quis pedir ajuda e não viu ninguém. Quis
chamar a escova mágica e não conseguiu.
Que teria a abelhinha visto na janela do quarto do neném?

Se o professor desejar poderá, visando à participação das crianças, levá-las
a se manifestarem sobre o que a abelhinha teria visto na janela do quarto do
neném. Valorizará as idéias apresentadas, dizendo que poderia mesmo ter sido
aquilo o que a abelhinha viu.
Em seguida continuará a história.

O que a abelhinha viu foi à harpa de brinquedo. A harpa estava bem na
beira da janela.
“Que perigo!” pensou a abelhinha. “A harpa pode cair a qualquer momento.
Ela vai ficar em pedaços.”
Nisso o vento começou a balançar a harpa de um lado para o outro.
De repente o vento empurrou a harpa com tanta força que ela despencou da
janela.
A abelhinha fechou os olhos e sentiu seu coração bater assim: tuque-tuque,
tuque-tuque, tuque-tuque. As pernas da abelhinha começaram a tremer e a cabeça
a rodar, rodar... Cada vez mais aflita, a abelhinha pensou: “Não quero nem ver como
ficou minha amiga harpa. Ela deve estar toda espatifada. Que pena!”
A abelhinha não pôde resistir à curiosidade: foi abrindo os olhos
devagarinho, devagarinho... Primeiro abriu um olho, depois abriu o outro... Olhou
para o chão, olhou para o lado, olhou para frente e não viu a harpa, nem inteira, nem
quebrada. A abelhinha pensou: “Como é que a harpa pôde desaparecer assim? Que
coisa esquisita!... Eu tenho de descobrir o que foi que aconteceu.”
Nesse instante o vento soprou com mais força ainda. E a abelhinha tornou a
ouvir um barulho vinha de uma árvore, perto da janela do quarto do neném.
A abelhinha olhou para lá e... Sabe o que ela viu? A harpa pendurada num
galho de árvore, presa por uma das cordas. Estava cai... não cai...
A abelhinha via tudo lá do chão e queria ajudar a harpa. Mas a árvore era
tão alta...
Nesse instante a abelhinha quis tanto voar! Ela batia as asinhas... Mas só
tinha asas de um lado... Não saía do chão!
A abelhinha fechou os olhos e começou a pensar “Ah! Como seria bom se
as minhas asas já tivessem nascido!... Eu iria voando pra junto da harpa e garanto
que arranjava logo um jeito de socorrer minha amiga.”
Foi aí que a abelhinha ouviu três vezes: QUADIDUVIVU! Pensou logo: “A
escova mágica está aqui! Ela vai salvar a harpa.”
Nessa hora ela teve uma grande surpresa. Não é que ela, a abelhinha,
estava lá em cima, no galho da árvore, juntinho da harpa? Como é que tinha
chegado até ali? Ela não podia voar...
Justamente nesse momento, a abelhinha ouviu a escova mágica dizer:
- Você agora, abelhinha,
Tem tanto o que queria.
Mereceu bem este prêmio:
Voe, agora, voe todo dia.

O professor poderá recitar ou cantar a quadrinha, levando as crianças a
repeti-la.
Depois continuará a leitura.

Então a abelhinha entendeu tudo: já tinha quatro asas. Agora podia voar
para onde quisesse. A abelhinha quase chorou de alegria. Mas não levou o tempo
todo só pensando na sua felicidade. Lembrou-se também de que a harpa que estava
presa no galho da árvore.
A harpa deu um pulo e zás... Caiu num canteiro de folhagens macias. A
abelhinha foi pra lá voando... Voando... Que delícia!
A abelhinha olhou bem para a harpa e ficou muito espantada: a harpa não
estava quebrada, nem um pouquinho. Não tinha mesmo um arranhão.
Então a abelhinha, bem junto da harpa, fez assim: ah!

O professor escreverá, no quadro, a interjeição ah! E pronunciará, num
tom de surpresa, cheia de alegria, o seu respectivo som.
Fará uma pausa e, em seguida, apontando a palavra, perguntará às
crianças:
- Como foi mesmo que a abelhinha fez quando viu a harpa sem um
arranhão?
Após a resposta das crianças continuará a leitura.

A abelhinha estava muito feliz. Ela falava tão alto, fazia tanto barulho, que
chamou a atenção de indiozinho e dos óculos. Eles estavam brincando ali perto e
vieram depressa. Quiseram logo saber por que a abelhinha fazia aquela algazarra!
A abelhinha contou o que havia acontecido com a harpa, mas fez segredo
das asas novas. Ela queria que os amigos descobrissem sozinhos o motivo da sua
grande alegria.
Os óculos não podiam acreditar no que acabavam de ouvir. Resolveram ver
a harpa, bem de perto. E ficaram admirados: a harpa estava mesmo perfeita.
Então os óculos, juntinhos da harpa, fizeram assim: oh!

O professor escreverá, no quadro, a interjeição oh! E pronunciará, num tom de
admiração, o respectivo som.
Depois agirá de maneira idêntica à vez anterior.

Nessa hora a escova mágica anunciou:
- Vou dar, lá em casa, uma festa de arromba. Uma festa que vai durar três
dias e três noites!
Perto da harpa o ursinho e a minhoca disseram quase ao mesmo tempo:
- Hum... Será mesmo verdade?
O indiozinho quis logo saber:
- Festa? Por causa de quê?
A abelhinha achou que devia responder:
- Por minha causa, indiozinho. Quer ver uma coisa?
E, muito feliz, a abelhinha começou a voar em voltas dos amigos.
Foi quando o indiozinho gritou:
- Que maravilha! A abelhinha já pode voar minha gente!
A abelhinha, muito prosa, voava sem parar.
A escova olhou para a abelhinha e pensou: “Ela bem que merece esta
felicidade, bem que merece...”

Se o professor julgar oportuno, pedirá então às crianças que digam por
que a escova achou que a abelhinha mereceu ganhar asas. Deverá levá-las,
do modo mais natural possível, a citar as qualidades da abelhinha. Depois
continuará a leitura.



- O melhor é irmos andando, disse a escova mágica. Temos de preparar a
festa: arrumar a casa, fazer os doces, arranjar música. Vamos precisar que todos
ajudem e... Não podemos perder tempo.
O indiozinho disse logo:
- Pode contar comigo!...
Então a escova mágica falou:
- Vocês querem convidar os outros amigos? E pedir que eles venham
também ajudar? Essa festa tem que ser mesmo de arromba. Uma festa como
ninguém ainda viu. Uma festa para a abelhinha!
E então a abelhinha gritou:
- Esta festa é da escova também! Viva a escova!

O professor poderá levar as crianças a comemorar também o nascimento
das asas novas da abelhinha.
Fim



BIBLIOGRAFIA:
SILVA, Almira Sampaio Brasil da; PINHEIRO, Lúcia Marques; CARDOSO, Risoleta Ferreira. Método Misto de Ensino da Leitura e da Escrita e História daAbelhinha – Guia do Mestre. 7. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1973.
























Retirei o método destes sites: Que bom que existe pessoas assim. Valeu!

Maria, Rainha da Paz!

Maria, Rainha da Paz!
Rogai por todos nós... Mãe do mundo!

Você imaginava?


"VOCÊ IMAGINAVA ...
QUE APRENDERIA ENQUANTO ENSINAVA...
QUE DANDO RECEBERIA...
QUE BRINCANDO CONSTRUIRIA...
QUE SERIA PROFESSORA E GUIA???
VOCÊ IMAGINAVA...
QUE DEIXARIA MARCAS PROFUNDAS COM SEUS EXEMPLOS E SEUS OLHARES, TRANSFORMANDO LÁGRIMAS EM RISOS E GARGALHADAS???
VOCÊ IMAGINAVA QUE CHEGARIA ESSE DIA EM QUE SEUS ALUNOS DIRIAM AO MUNDO INTEIRO "MINHA PROFESSORA, EU TE ADORO!!"
SE CHEGOU A IMAGINAR ALGUNS DESSES MOMENTOS, COM CERTEZA, EM SEU CORAÇÃO JÁ TINHA A ESSÊNCIA DESTA LINDA PROFISSÃO!!!!
(MARIA ROSA NEGRIN)

Lilás

Lilás